As Pesqueiras do rio Minho
Tradição da pesca nas pesqueiras do rio Minho
Velhas de séculos ou mesmo quase milenares (as primeiras referências documentadas são do século XI) as pesqueiras podem ter sido feitas pelos povos castrejos que habitavam as margens do rio Minho e que já trabalhavam a pedra e o ferro.
O que se sabe é que eram utilizadas pelos romanos da mesma forma como continuam a ser utilizadas hoje. Reza a história que os romanos, amantes da boa comida e boa bebida, sabendo da riqueza do rio Minho enviaram para o campo engenheiros para fazerem barcos apropriados para a navegação neste rio e aperfeiçoarem a arte da pesca.
As pesqueiras são estruturas em pedra, relativamente altas, de um lado e do outro do rio (do lado português e do espanhol). É para essa zona mais alta, o piau, que sobem os pescadores para puxar as redes.
Entre uma e outra construção, existe o rabo da pesqueira, um conjunto de pedras que forma um obstáculo a meio do rio, impedindo a subida do peixe (lampreia, sável e salmão).
Estes, são obrigados a desviar-se, procurando a zona mais favorável para continuar a subida e é precisamente aí que encontram as redes. Entram por um canal central e depois passam para outra zona da qual já não conseguem sair, enredando-se na rede.
Estas construções testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para se implementarem, na sua orientação em relação às correntes do rio, no trabalhar a pedra e erguer dos panos dos muros, na escolha da arte da pesca mais adequada e ainda no sistema de partilha comunitária do seu uso.